domingo, 27 de fevereiro de 2011

Confessionário

Eu tenho um problema, e é grave. É um vício, que não consigo controlar. Um vício que não tem tratamento pois não existe nenhum estabelecimento de reabilitação que me garanta cura com apenas 12 passos. O meu problema é que não resisto a encontrar um site, forum, rede social, ou o que seja, sem que ter de fazer também uma conta. Mal vejo no canto superior direito uma indicação de "sign up" ou "log in" e vou logo fazer uma conta, seja onde for. É uma doença, um daqueles distúrbios compulsivos. E eu começo a ficar com medo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Do meu quarto com amor

Lembrei-me agora que nunca perdi tempo para explicar o título disto aqui. “Do meu quarto com amor”, é no mínimo um título estúpido. Eu queria criar um blogue mas a criatividade não é exactamente uma amiga do peito, e para chegar a um título minimamente decente levaria horas. Quando decidi começar esta brincadeira estava no meu quarto, até porque eu passo demasiado tempo no meu quarto. Eu sei que é imperdoável, sobretudo quando há (há?) imensas pessoas que gostariam de uma oportunidade de viver numa cidade como Lisboa. Também sei que tendo eu essa oportunidade é imperdoável que não a aproveite melhor, que não aproveito. Não vou a festas, raramente vou ao cinema, não vejo museus e os meus passeios à descoberta do lado histórico da cidade são inexistentes. A minha vida basicamente resume-se a ir à faculdade, à ocasional ida ao supermercado e ao meu quarto, e não é por falta de tempo mas sim por pura preguiça. Lembro-me que no ano passado ia todas as semanas ao Colombo, fosse às compras ou simplesmente só pelo passeio. Este ano os dedos da mão esquerda são suficientes para contar as vezes que lá pus os pés, o que é uma triste realidade quando o Colombo é dos meus lugares preferidos cá em Lisboa. Retomando o tema do meu quarto, ele não é nada de especial. É muito feio na verdade. Para além de ser pequeno ainda o tenho de dividir com a minha irmã. Basicamente contém duas camas, uma secretária, um guarda-roupa, e uma estante. As paredes são brancas e o chão de madeira. Tenho uma janela larga que é o meu pior pesadelo porque não tem vidros duplos fazendo com que tudo o que se passa lá fora seja do meu conhecimento. Apesar de não ser nada de especial passo muito tempo no meu quarto, é o meu cantinho, é o único lugar onde estou sozinha. É o meu lugar. Portanto assim será, do meu quarto escrevo, daqui vou tentar conhecer-me e daqui vou tentar preparar-me para viver o melhor que sei e consigo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Eu sei que a suposta radical mudança do aspecto do blogue não foi o sucesso esperado mas é melhor que nada. Baby steps... baby steps.

Pensamentos da meia noite

Eu já estava deitada, quentinha na minha cama pronta para sonhar com anjinhos e coisas cor-de-rosa. Depois lembrei-me do quanto deixei este blogue ao abandono, e decidi fazer algo em relação a isso. Isto era suposto ser a minha terapia, a minha ida ao psicólogo. Eu sou pobre, não tenho dinheiro para sessões semanais com alguém altamente qualificado e pronto para dizer que os meus problemas devem-se ao facto de o meu pai nunca me ter ligado nenhuma, nem nunca se ter preocupado realmente comigo. Mas não, em vez disso tenho de chegar a essas conclusões sozinha e pior do que isso tenho de descobrir como resolver os meus problemas sozinha. Eu gosto de falar, mais do que isso gosto de falar sobre mim, sou absolutamente egocêntrica a esse ponto. Ao ponto de transformar qualquer conversa com os meus amigos em conversas sobre o quão a minha vida é uma autêntica porcaria. Mesmo! Talvez seja por isso que cada vez me sinto com menos amigos, o que não melhora em nada a minha situação. Foi assim que comecei este blogue, apesar de te sido incentivado por um ataque que tédio, a ideia era desabafar os meus problemas aqui. Mas nem isso se consigo fazer. Sou uma inútil.

Mas isso vai mudar. Estou cansada. 2010 foi o pior ano de sempre e prometi a mim mesma que não ia deixar 2011 ser igual. No entanto, cá estamos nós quase a meio do segundo mês e nada melhorou. Ainda não pensei exactamente como vou mudar a minha vida, e talvez seja esse o meu problema, mas alguma coisa irei fazer. Pelo menos uma coisa vai mudar: vou começar a escrever mais. Não sei porque não o faço, sobretudo quando posso escrever o que quiser sobre quem quiser. Outra coisa é mudar as cores, o tema ou que seja disto. Quando comecei achei que o simples e o mínimo seria o ideal, agora parece-me tudo deprimente e demasiado simples.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Durante grande parte do tempo em que estou acordada eu odeio-te. Odeio a forma como me magoas, como me afectas. Doi tanto quando falas comigo e doi mais quando não o fazes. No entanto, nunca, em momento algum, deixo de me preocupar. Eu não queria mas importo-me contigo o tempo todo.