domingo, 20 de fevereiro de 2011

Do meu quarto com amor

Lembrei-me agora que nunca perdi tempo para explicar o título disto aqui. “Do meu quarto com amor”, é no mínimo um título estúpido. Eu queria criar um blogue mas a criatividade não é exactamente uma amiga do peito, e para chegar a um título minimamente decente levaria horas. Quando decidi começar esta brincadeira estava no meu quarto, até porque eu passo demasiado tempo no meu quarto. Eu sei que é imperdoável, sobretudo quando há (há?) imensas pessoas que gostariam de uma oportunidade de viver numa cidade como Lisboa. Também sei que tendo eu essa oportunidade é imperdoável que não a aproveite melhor, que não aproveito. Não vou a festas, raramente vou ao cinema, não vejo museus e os meus passeios à descoberta do lado histórico da cidade são inexistentes. A minha vida basicamente resume-se a ir à faculdade, à ocasional ida ao supermercado e ao meu quarto, e não é por falta de tempo mas sim por pura preguiça. Lembro-me que no ano passado ia todas as semanas ao Colombo, fosse às compras ou simplesmente só pelo passeio. Este ano os dedos da mão esquerda são suficientes para contar as vezes que lá pus os pés, o que é uma triste realidade quando o Colombo é dos meus lugares preferidos cá em Lisboa. Retomando o tema do meu quarto, ele não é nada de especial. É muito feio na verdade. Para além de ser pequeno ainda o tenho de dividir com a minha irmã. Basicamente contém duas camas, uma secretária, um guarda-roupa, e uma estante. As paredes são brancas e o chão de madeira. Tenho uma janela larga que é o meu pior pesadelo porque não tem vidros duplos fazendo com que tudo o que se passa lá fora seja do meu conhecimento. Apesar de não ser nada de especial passo muito tempo no meu quarto, é o meu cantinho, é o único lugar onde estou sozinha. É o meu lugar. Portanto assim será, do meu quarto escrevo, daqui vou tentar conhecer-me e daqui vou tentar preparar-me para viver o melhor que sei e consigo.

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